O que você precisa saber para montar sua estação de PX

14/05/2018


Fala, minha gente! Quer entrar para o universo do rádio PX? Se ligue neste texto, que apresento, resumidamente, os principais pontos da questão. Simbora!

Há no mercado uma gama inacreditável de equipamentos para a montagem de uma estação para a Faixa do Cidadão (PX). O básico é um rádio, uma fonte e uma antena. Porém, é preciso estar ciente de uma porrada de informações (complexas à primeira vista, mas a gente vai se habituando e aprendendo tudinho). Então, vamos aos tópicos-chave:

Sobre as frequências e as bandas

Conforme resolução da Anatel, órgão responsável pelo setor de comunicações no Brasil, as frequências destinadas ao PX englobam o espectro de 26,960 MHz a 27,860 MHz, que está dividido em canais com separação de 10 kHz, totalizando 80 canais.

Dentro dessa faixa de frequência, também conhecida como 11 Metros, o "pexizeiro" opera em cinco bandas: AM, FM, CW, USB e LSB.

AM

A banda de Amplitude Modulada (AM) é usada para comunicação à média distância e o equipamento, por conta da legislação, não pode ultrapassar 10 watts de potência. Sim, sim: todos querem saber exatamente quantos quilômetros consigo falar com esses 10 watts aí! Todavia, em radiofrequência, é muito difícil estabelecer o alcance do equipamento, pois isso depende da antena, da propagação, da localização geográfica, da quantidade de obstáculos entre as estações, etc. Sou novo no hobby e, em AM, a distância máxima que consegui foi um contato entre Goiânia e Juazeiro do Norte, Ceará. Entretanto, isso é extremamente raro, meu amigo. Em geral, não consigo falar com quem está a mais de 30 KM.

Acrescento ainda que a banda mais popular entre os caminhoneiros é a AM (ou Ana Maria, na gíria da rapaziada). Os motoristas, em geral, ficam no canal 5 - é como um ponto de encontro. Ali conversam sobre as condições das estradas, pedem ajuda ou simplesmente batem um papo sobre a vida.

FM

A banda de Frequência Modulada (FM), embora permita áudios de melhor qualidade, é raramente usada pelos onzemetristas. Os rádios operam com baixa potência em FM (em torno de 4 watts) e a banda é usada para comunicação a curtas distâncias.

CW

Há ainda o espectro denominado CW (continuous wave - onda contínua), destinado à telegrafia ou Código Morse. Contudo, em 11 metros, esse recurso praticamente não é usado.

USB e LSB

Já as bandas laterais, USB (upper sideband, faixa lateral superior) e LSB (lower sideband, faixa lateral inferior), permitem contatos a grandes distâncias. No entanto, isso depende de um complexo efeito atmosférico ligado ao ciclo solar chamado propagação. É basicamente assim: as ondas saem de nossas antenas, chegam à ionosfera e são refletidas para outros locais, alcançando milhares de quilômetros. Contudo, esse percurso só se efetiva quando a propagação "está aberta", o que tem sido raro. Nessas ocasiões, podemos falar em vários continentes. Meu recorde foi o bate-papo com um operador de Coimbra, Portugal.

A legislação brasileira permite que os rádios que operam 11 Metros em banda lateral tenham, no máximo, 25 watts de potência. Alguns burlam a lei e adquirem radiotransmissores com potência maior ou compram amplificadores, que, comumente, trabalham com 100 a 1000 watts. Aí, claro, o alcance é muito maior.

Preços

Os rádios variam muito de preço, a depender da quantidade de canal, das bandas de operação e da potência. Um equipamento básico tem de vinte a quarenta canais que operam somente em Amplitude Modulada. Esses rádios são popularmente conhecidos como mata-rato e têm potência, geralmente, de 4 a 7 watts e tornam difíceis comunicações à distâncias maiores. É possível, hoje (2018), comprar usado um bichinho desses a partir de 150 reais. Os novos giram em torno de 300 a 400 barões.

Daí em diante, quanto mais completo e potente, maiores são os valores, que podem chegar a 2 mil reais.

Resumindo: um rádio completo autorizado pela Anatel possui 80 canais, com as bandas de CW, AM, FM, USB e LSB, potência máxima de 10 watts em AM e de 25 nas bandas laterais.

Rádios clandestinos e homologados

Conforme as leis levadas a cabo pela Anatel, os usuários da Faixa do Cidadão devem adquirir apenas equipamentos homologados pelo órgão, ou seja, rádios de marcas e modelos registrados, que cumprem os parâmetros da legislação. Caso contrário, seu equipamento será considerado clandestino, pode ser apreendido e você , processado. É mole?

Fontes

Os rádios da Faixa do Cidadão são produzidos para funcionar com voltagem de 12 a 15 volts em média. Em carros e caminhões, basta ligar o equipamento à bateria, que tem 12 volts. Mas, em residências, a energia liberada pelas tomadas é de 110 ou de 220 volts. Ou seja, se você ligar seu radinho na tomada, "cabum", já era, meu parceiro!

Para transformar essa alta potência na voltagem adequada para não fritar seu equipamento, usamos as fontes de alimentação. Elas basicamente convertem os 110 ou 220 volts da tomada em voltagem adequada (13,8 é a média ideal).

Atualmente, temos dois tipos de fonte: as de transformador e as chaveadas. As primeiras são mais resistentes, pesadas e têm melhor desempenho, mas são mais caras. No Mercado Livre, as mais doces custam, no mínimo, 150 reais. As mais tops chegam a 800 barões ou mais.

Para quem não quer gastar tanto, há as fontes chaveadas. São leves e pequenas, ideais para quem, como eu, gosta de levar o rádio para onde vai. No Mercado Livre, encontramos essas belezinhas a partir de 19 reais.

É importante considerar ainda que as fontes possuem uma dada amperagem. Rádios homologados funcionam muito bem com 10 amperes. Quanto maior a amperagem da fonte, maior seu custo.

Antenas

Assim como tudo nesse pequeno grande universo do rádio, as antenas têm variações enormes. As mais simples são as dipolos, que consistem simplesmente em dois fios ou tubos de alumínio, um ligado ao positivo da saída de antena do rádio e outro, ao negativo. Temos também as chamadas "pés de galinha", as mais comuns, que podem ser de 5/8 ou de ¼ de onmda. Há ainda as direcionais, que direcionam toda a potência do rádio para onde a antena está apontada, alçando o melhor desempenho para comunicações à longa distância, o que chamamos de DX.

Em geral, as antenas seguem parâmetros rígidos para serem produzidas, os quais, se não forem cumpridos, danificam o rádio. Os preços das bichinhas variam muito e, na internet, há inúmeros projetos que podem ser executados em casa por você.

Licença para operar sua estação

Para montar uma estação de rádio PX, é preciso licença expedida pela Anatel. Isso é facilmente conseguido: basta ir a uma sede do órgão, fazer a solicitação e pagar algumas tarifas, que, atualmente, giram em torno de 80 reais. Além disso, o rádio-operador precisa efetuar o pagamento anual do Fistel, taxa de cerca de 60 reais.

Depois disso, basta apertar o PTT e fazer amigos pelo mundo todo. Forte abraço!

Jefferson Angellis de Godoy
PX9K1408
PU2FDD
Goiânia 

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